sexta-feira, 26 de novembro de 2010


Ele me aperta como sempre, até que algum ossinho da minha coluna estale, e me diz, como sempre também:
- Que é que você tem que eu sempre largo tudo e venho te ver?
Eu digo, tão ironicamente:
- Fica comigo, só comigo. E sorri pensando que um dia alguém tão bacana quanto eu poderia se deitar ao seu lado pra gente ser tão especial juntos. Não me deixe mais paquerar qualquer cara bobo, mal vestido, sem assunto e sem magia só porque preciso de algum bosta me ligando pra me sentir mais mulher. Isso é coisa de gente imoral, de gente com mais medo da solidão do que o auge do meu medo da solidão. Não me deixe mais confundir amor com ego e ficar aprisionada tantos bons anos num rapaz tão comum. Comum ao ponto de eu querer ser tão comum quanto ele só porque, para mim, isso é ser diferente.

Tati B.

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