segunda-feira, 25 de junho de 2012


Um dia você vai estar sozinho, vai fechar os olhos e tudo estará negro. Os números de sua agenda passarão claramente na sua frente, e você não terá nenhum para discar. Sua boca vai tentar chamar alguem mas não há alguém solidário o bastante para sair correndo e te dar um abraço, nem te colocar no colo ou acariciar seus cabelos até que o mundo pare de girar.
Nessa fração de segundos, quando seus pés se perderem no chão você vai lembrar da minha ternura e do meu sorriso infantil. Virão súbitas memórias gostosas dos meus abraços e beijos, da minha preocupação com você, e só vão ter algumas músicas repetindo no seu rádio: AS NOSSAS!
Em um novo momento você vai sentir um aperto uma pausa na respiração e vai torcer bem forte para ter nosso mundinho delicioso de novo. O nome disso é saudade. Aquilo que eu tinha tanto e te falava sempre.
E quando você finalmente discar meu número, ele estará ocupado demais, ou nem será mais o mesmo, ou até eu nem queira mais te atender.
E se você bater na minha porta ela estará muito trancada. Se aberta, mostrará uma casa vazia. Teu olhos te ensinarão o que é lágrimas, aquelas que eu te disse que ardiam tanto. O nome do enjoo que você vai sentir é arrependimento. E a falta de fome que virá chama-se tristeza.
Então quando os dias passarem e eu não te ligar, quando nada de bom te acontecer e ninguém te olhar com meus olhos encantados, você encontrará a famosa solidão.
A partir daí o que acontecerá chama-se surpresa. E provavelmente o remedio para toda essa sensações acima: É O TAL DO TEMPO EM QUE VOCÊ TANTO FALAVA!
Tati Bernadi