sábado, 14 de setembro de 2013


Eu errei o passo e tropecei nas minhas próprias pernas. O chão começou a tremer e a escuridão a me invadir. Um buraco profundo se desenvolveu na minha alma e por onde quer que eu andasse, deixava lágrimas de saudade pelo chão. Sempre fui meio cabeça oca. Nunca aceitava conselhos dos outros. O meu orgulho era maior que o mundo e o maior responsável pelos meus flagelos. Eu vivia em uma cápsula e não deixava que ninguém invadisse o meu espaço. A felicidade batia inúmeras vezes, na minha porta, mas eu não abria. Gostava de viver afogado na solidão. Quando a noite chegava, uma balbúrdia se manifestava dentro de mim e as lembranças me deterioravam. Eu nem sempre fui sozinho. Eu tinha alguém, mas deixei que ela partisse. O amor já se proliferou em meu ser, mas hoje só restaram os resquícios dele, em meu coração tomado pela tristeza. O que precisamos é de alguém que nos dê a mão e nos guie. Eu a deixei escapar e desde então a nossa música parou de tocar. A minha vida tornou-se um ”Conto de Falhas” que eu não via a hora de acabar.

Thomaz Torres