domingo, 29 de setembro de 2013




“O pior de tudo é que eu vivo me contradizendo. Eu vivo em uma constante contradição. Das coisas que eu quero, que eu sei que serão boas para mim, e das coisas que eu acabo fazendo. Odeio essa dependência que criei de você, e por muitas vezes no meu dia eu tento me livrar dela. Mas mesmo te odiando às vezes é difícil te odiar para sempre. Eu acabo precisando mais de você no meu dia, acabo aceitando qualquer merda de relação pra poder ter um pouco dessa sua atenção.”

— We are so Chuck and Blair.






“Você ainda vai dizer pra todo mundo que um dia conheceu alguém que te amou mais que a própria vida. Vai contar como ela te fazia bem, e seus olhos se encherão de lágrimas. Vai dizer com um sorriso no rosto e a cabeça meio baixa que o sorriso dela era lindo, vai suspirar ao contar do perfume dela, que insistia em ficar na sua roupa. Vai pegar o celular e ver o numero dela e dizer que já tentou ligar e dizer que sei lá, “sentia falta”, mas não conseguiu. Vai dizer que os seus dias estão vazios sem ela, que desde que você deixou ela ir já não são os mesmos. Vão te perguntar se você ainda a ama, e você não vai responder, apenas irá sorrir. No final do dia irá pra sua casa com um aperto no coração, pois tinha jurado de pés juntos que jamais falaria nela de novo. Por que cara, não adianta, ela vai voltar, mas não pro seu lado, mas pra dentro de você, e vai sair em forma de lágrimas ou sorrisos.”

— Junior Araujo.








“Ele não vai dizer a frase certa na hora certa, e vai fazer você descobrir que não há frases erradas quando se fala com o coração. Ele não vai gostar do que você gosta, e você não vai gostar do que ele gosta, e a criatividade para descobrir prazeres em comum dará à relação um caráter insuspeitado. De um jeito mais simples, é possível amar aceitando o que é possível receber, sem sofrer pelo que foi sonhado em vão.”

— Martha Medeiros.









“Meu quarto. A melhor coisa que havia ali era a cama. Gostava de ficar ali deitado por horas, mesmo durante o dia, com as cobertas puxadas até o queixo. Era bom ficar ali, nada acontecia por ali, nenhuma pessoa, nada.”

— Charles Bukowski.






sábado, 28 de setembro de 2013




E chega um dia que você entende que o tempo passa e te arrasta com ele, e vê que coisas que você sonhava, hoje em dia não faz mais sentido, e que coisas que você tinha certeza, hoje já não tem mais. Percebe que as coisas mudam, e que entender que mudanças são necessárias demora mais do que deveria, mais um dia você entende. E que o tempo as vezes cura mais também fere. Quem eu queria que fosse embora ficou, quem eu quis que ficasse foi embora. Ironia da vida, que caminha junto com o tempo, to deixando que a vida e o tempo se entendam, já não risco mais meus dias no calendário. 

Vanessa Alvares 






“Claro que eu adoro minha casa, meu cachorro, meus amigos, meus livros, viagens, músicas. Tenho uma vida ótima. Mas nenhuma dessas coisas se comparava ao prazer que eu tinha ao ouvir o barulhinho de uma mensagem dele chegando. Ou de quando o telefone tocava e eu sabia que era ele e o meu coração disparava tanto que eu tinha medo de morrer antes de falar: alô.”

— Tati Bernardi.







“Sobre o amor só o que eu sei,
é que ele fere,
depois cura,
depois fere outra vez.”

— Cicero M.






quinta-feira, 26 de setembro de 2013


"Eu me jogo no chão de tanta dor. Lembrando como era lindo dividir nossas músicas que sempre viravam hits para nossas impossibilidades. E como era lindo iluminar o escuro dos esconderijos com os seus olhos. E então te amo de novo, infinitamente, quase sem ar. E depois isso passa. Depois te esqueço. Como já esqueci tantas vezes. E você não é mais ninguém como de fato já não é há muito tempo. Mas preciso de mais. E então me recordo mais uma vez dele e seu sorriso congelado. Nenhuma pedra minha sequer arranhou sua pintura perfeita. A imagem é sempre dele indo embora com a roupa cheirosa, o topete impecável, os dentes fortes e a vida ajeitada. E de eu ficando pra trás rasgada, suja, cuspindo sangue e sentindo uma falta absurda de alguns motivos para viver que ele roubou para se abastecer." 

Tati Bernardi.

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013


Eu prometi que nunca iria deixar você, e você deve sempre saber, onde quer que você vá, não importa onde você esteja, nunca vai ser muito longe.

Robert Pattinson



domingo, 22 de setembro de 2013






Quer saber? Eu canto quando estou sozinha, e não me importo com a afinação. Eu fico fazendo caras e bocas na frente do espelho, até mesmo no banho com ele embaçado. Quando eu sinto saudade de alguém, eu imagino que é meu travesseiro. Eu só digo ‘foda-se a opinião dos outros’ porque quero que eles pensem que eu não ligo. Eu não consigo sonhar de pés no chão. Pessoas bipolares me irritam mas eu vivo dizendo que sou, porque eu sou. Desejo coisas que nunca vou ter. Me importo com pessoas que não se importam comigo. Eu julgo pessoas por julgarem outras. Não sou educada ou vivo arrumada quando estou sozinha. Não me importo que você não goste de mim se eu também não gostar de você. Eu gosto de dormir pra fugir dos meus problemas. Não gosto de sentir medo, por medo de não ter ninguém pra me abraçar. Eu choro em filmes tristes. Tem gente que me faz sorrir, mesmo me fazendo chorar. Eu digo que quero esquecer, mas no fundo eu não quero. Eu digo muitas coisas que eu não queria. Eu faço muitas coisas que eu não faria se pensasse melhor. As vezes eu morro de rir de mim mesma, depois de chorar rios. Eu gosto de andar no meio de vários amigos, mesmo não gostando de alguns. Eu sinto ciúmes das pessoas próximas a mim. Não gosto de emprestar dinheiro, mas adoro gastar com qualquer coisa. Eu só escrevo textos sobre mim quando quero me entender melhor, vejo que as pessoas pensam a mesma coisa. E no fim eu só entendo que sou mais complicada do que eu pensava ser.

— Quoteadores.







Mesmo assim, minha autoestima oscilou, sou daqueles que, se você não fizer 36 polichinelos na minha frente, com uma placa “eu gosto de você” pendurada balançando no pescoço, jamais terei certeza. Já me enganei tantas vezes.

— Gabito Nunes.






Ele é como uma estrela brilhante. Quando eu recebo sua luz, eu me sinto mais viva, mas também mais sombria. Quando me sinto viva, fico com as esperanças elevadas, e quando me sinto sombria, fico desapontada. Eu me odeio e me envergonho por isso.

— You’re Beautiful









As coisas são muito claras. Você tem uma vida, valores, educação, lembranças, consciência. Você tem escolhas, caminhos, passado, presente, futuro. Você tem todas as chances do mundo para escolher como quer viver. Falta ousadia. Falta verdade. Falta sinceridade. Falta vontade. Falta parar de reclamar e olhar para o mundo como ele realmente é. E sei, sei bem, que nem sempre o mundo é amigo. As pessoas podem - e são - cruéis. O mundo muitas vezes nos passa a perna. E a vida segue. Você às vezes se quebra, mas a vida segue. A gente erra, acerta. Ganha e perde. Você pode ter perdido família, amigos, amores. E ter se encontrado. Você pode ter família, amigos, amores. E nunca ter se achado. O que vale, na verdade, não é tudo o que você conquistou ou teve que abandonar. O que vale é a forma como você lida com isso.

— Clarissa Corrêa. 







Sabe algo que permanece mesmo quando uma relação termina? Manias. Muitos poderiam ter pensado em saudade ou lembranças. Mas não, é manias. Eu percebi isso com o meu primeiro amor. Uma garota de cabelos negros ondulados, boca bem desenhada e baixinha. Nos conhecemos na sala de aula. Notei que ela fazia um laço na letra “E” quando copiava a lição, e eu achava aquilo bonitinho. Comecei a treinar para fazer igual. E consegui. Notei, também, que ela gostava de cartinhas. Então comecei a mandar as minhas. Aprendi a colocar o que sinto em palavras. E a amar em silêncio. Até que um dia ela foi embora. Eu fiquei triste, mas continuei com a mania de fazer um laço na letra “E” e a escrever cartas, mesmo que elas nunca tenham sido enviadas. Um tempo depois, eu conheci uma outra garota metida a “sabe tudo”. E sabe o que era pior? Ela sabia mesmo. Ela era tão inteligente que não teve nenhuma dificuldade em me dominar. Pois é, eu, um problemático decidido a deixar esse negócio de relacionamentos pra lá, juntar dinheiro, comprar um Chevette 1.0 e cair na estrada sem rumo algum. Estava lá, contando moedinhas e pensando se ela gostaria de receber um buquê de rosas ou tulipas. Ela estudava todas as tardes na biblioteca, então eu comecei a ir estudar também. Li mais livros do que achei que seria possível. Ela gostava de ler romances nas horas vagas. E adivinha? Eu comecei a ler também. Exatamente os mesmos livros. Aí ela me perguntava se eu gostei do desfecho da história, eu dizia que achei incrível, mas na verdade não tinha entendido nada. Mas ela ficava feliz e tinha um sorriso lindo. Foi então que ela passou em um vestibular de uma faculdade de alto nível e teve que se mudar para um lugar próximo ao inferno. Se duvidar, o inferno é mais perto. Mas sem problemas, porque umas noites de choro no escuro do meu quarto não afeta ninguém e uma hora termina. Mas deixa manchas no travesseiro pra sempre. Só que eu continuei com a mania de ler e estudar cada vez mais. Fiz coleção de romances e deixei de sair muitas vezes para estudar. Ela foi embora, porém eu passei no vestibular de uma das melhores faculdades da cidade. E foi na faculdade que eu conheci uma branquinha de cabelos longos e lisos, com um corpo tão escultural que parava carros, aviões e navios. Mas que tinha também, um jeito fácil de me fazer se sentir especial e único. Ela costumava ir na academia todos os dias. Segunda a Domingo. Aí eu comecei a ir também. Às vezes era apenas para ficar um pouco mais perto dela, mas acabei me acostumando com a ideia. Um dia a gente teve uma briga muito feia. Ela disse “Blá Blá”. Eu entendi “Mi Mi”. Enfim, cada um por si. Mas eu continuei com a mania de ir para a academia, cada vez mais. O magrelo ficou forte. Tomei grandes doses de auto-estima e viciei. Então eu disse: Chega. Acabou. Não quero mais isso de casar, filhos, família e todas essas coisas de filmes e livros. A partir de agora sou eu, com um pouco de eu, e mais eu. E sabe, era pra ter dado certo. Droga, era pra ter sido só eu. Só que, me apareceu “Ela”. Foi no começo da primavera. Não me lembro muito bem o dia, nem a hora. Mas me lembro de nunca, em toda a minha vida, ter me impressionado tanto com um sorriso que, em conjunto de uma gargalhada gostosa, fazia todo o meu corpo estremecer. Eu sabia que não devia me aproximar. Afinal, eu já tinha decidido a minha vida. O rumo. A ordem. A escolha. Era bem simples, eu podia dizer que tinha um jantar em família e estava atrasado, não perguntar o telefone e nunca mais aparecer por lá. Eu realmente tinha um jantar para ir. Então, estufei o peito de ar, e disse, naquele momento, o momento: “Você não gostaria de me acompanhar no jantar?”. Depois de perceber a besteira que eu tinha feito, fiquei torcendo “Não aceita, não aceita, não aceita”. E ela aceitou. A minha razão e orgulho estavam partidos, mas o meu coração estava mais completo e inteiro do que jamais pensei um dia estar. Não sei dizer quantas vezes pensei na besteira que eu tinha feito. E sabe de uma coisa? Foi a besteira mais certa que já fiz. Escrevo isso e levanto a cabeça vagamente para olhar no sofá, e ela, essa mesma garota daquele começo de primavera, está lá, sentada, conversando com a minha mãe sobre novelas e roupas. As duas mulheres da minha vida conversando sobre duas coisas que não entendo. Ela ama as cartas que eu escrevo e deixo do lado da cama dela, gosta do laço que eu faço na letra “E”, acha bonitinho os romances que leio e adora o meu físico. Se ela vai deixar manias em mim? Ainda é incerto. Posso dizer que eu não queria esse negócio de casar e compartilhar as minhas coisas com outra pessoa. O tipico egoísta. Mas faz mais ou menos uma semana que eu a pedi em casamento. Eu não queria isso de ter filhos, ser pai e toda essa carga de responsabilidades. Mas faz uns três meses que ela me disse estar grávida de um filho meu. Hoje, no quinto mês de gestação, eu possuo o sorriso mais sincero e verdadeiro do mundo, uma futura esposa que adora o som da minha voz e a mania de calcular jeitos de comprar uma casa maior. E ah, antes que eu me esqueça, ontem a minha noiva me ligou e disse, em meio a berros e gritos: “Meu amor, é uma menina!”.

— Allax Garcia.






Sem cerimônia ou ato solene, diga ‘eu te amo’ balbuciando, rindo, gritando, antes do outro, sem esperar ouvir o mesmo. Pode parecer impulso, mas se dizes é porque sentes, ainda que por uma fração de segundo, então exercite seu direito de falar o que quiser, de amar quem você quiser.

Gabito Nunes.






Eu me importo demais com pessoas de menos. Eu choro demais por problemas pequenos. Eu tenho medo do que não existe. Eu sofro de amor calado.

Caio Augusto Leite.








O segredo é lançar aquele sorriso, e deixar os curiosos se perguntando o que te faz sorrir.






sexta-feira, 20 de setembro de 2013


Eu odeio quando dizem que sou ingrato e odeio quando dizem que eu não me importo, porque ninguém se importa mais do que eu.

Kristen Stewart.








Que a vontade de ser feliz, 
seja maior que o medo de se machucar de novo.






Vasos chineses se quebram. Copos de cristal, ventiladores de teto, discos da Tina Turner, se estivermos com sorte. Pessoas nunca, a não ser quando esquecem de olhar os dois lados. Mas emocionalmente falando, não. Quem sou eu pra dar pitaco na sua fossa? Ninguém. Você levou um tombo e tanto, e pronto. Se machucou, ok. Dói, eu sei. Perdeu sua capacidade de amar, verdade. Ou não. Não existem verdades, apenas versões, na minha versão. Sei bem como funciona, quantas vezes já fui dispensado do amor. Muitas. Quis quem não me queria, amei quem enganava, compartilhei unilateralmente, acreditei no sonho hollywoodiano, me quebrei, levantei, desisti, contei mentiras, interpretei. Parece propaganda de telefone celular via rádio estrelada pelo Fábio Assunção, mas é só minha versão daquele trânsito caótico de um amor para outro. Você não se quebrou, eu não me quebrei. Nascemos com a disposição natural para o amor. Falo por você e eu, não pelos bárbaros da história - Hitler, por exemplo. Sim, não conseguimos imaginar viver sem, sentimos saudade, choramos, compramos discos e livros por impulso, atravessamos sábados com calças de abrigo revisando filmes melancólicos. (…) Bem, como gosto disso de sofrer com pés na bunda, resolvi amar de novo, a contragosto, paladar típico de um desistente. Cafés da manhã românticos, passeios de mão, festas em família, palpites de sogra, distribuição de beijos e mordidas em pezinhos pequenos. Viajamos pelo mundo sem sair de casa.

Gabito Nunes.






Se eu pudesse usar uma metáfora, diria que abriram a janela do meu peito e tudo de bom saiu voando. Eu carrego só uma jaula suja e escura agora. Se eu pudesse usar uma metáfora, eu diria que tiraram as rodinhas dos meus pés. Eu deslizava pelo mundo. Era macio existir. Agora eu piso seco no chão, como um robô que invadiu um planeta que já foi habitado por humanos. Mas eu não posso usar metáforas porque seria drama, seria dor, seria amor, seria poesia, seria uma tentativa de fazer algo. E tudo isso seria menos. Não briguei mais por você, porque ter você seria muito menos do que ter você. Não te liguei mais, porque ouvir sua voz nunca mais será como ouvir a sua voz. Não te escrevo porque nada mais tem o tamanho do que eu quero dizer. Nenhum sentimento chega perto do sentimento. Nenhum ódio ou saudade ou desespero é do tamanho do que eu sinto e que não tem nome. Não sei o nome porque isso que eu sinto agora chegou antes de eu saber o que é. Acabou antes do verbo. Ficou tudo no passado antes de ser qualquer coisa. Forço um pouco e penso que o nome é morte. Me sinto morta. Sinto o mundo morto. Mas se forço um pouco mais, tentando escrever o mais verdadeiramente possível, percebo que mesmo morte é muito pouco. Eu sem nome você. Eu sem nome nós. Eu sem nome o tempo todo. Eu sem nome profundamente. Eu sem nome pra sempre.

Tati Bernardi, Sem nome.






quinta-feira, 19 de setembro de 2013


Bem ou mal, ela sente sua ausência. Toda noite, evita estar em casa lembrando que o espaço do apartamento triplicou por um milhão. Sente falta de camisetas espalhadas aleatoriamente. Fica lembrando ele cozinhando espaguete al pesto, ou quando ele sentava na janela dedilhando “Tears In Heaven”, ou assistia o colorado comportadinho, roendo as unhas sem parar, os pés no sofá. Hoje, coleciona casos com cafajestes fajutos. Sente falta dos sermões que levava por andar descalça no chão frio. Verifica o funcionamento do telefone: tu-tu-tu. Presos pela liberdade, prosseguem cada um na sua, conectados por um fio invisível que não conduz mais eletricidade. Um fio de saudade dissonante e a certeza de que, amor como aquele deles, não acontece no tocar de uma varinha de condão.

Gabito Nunes








Perguntar é a melhor coisa que já inventaram no universo. Crianças sabem disso mas a gente esquece. Esquece pra continuar inventando milhares de motivos pra continuar inventando. E fica escrava desse mundo melhor com mil complexidades que umidificam falsamente a secura da vida. Mas agora eu pergunto como se cada dor fosse uma mosca de banana. Foi assim que perguntei o que aconteceu e usei a palavra “exatamente” seguida da palavra “por favor” . E ele disse, meio poético, meio envergonhado, meio repetindo a mesma frase sem som só pra parecer que tem ritmo, que nem imagina o que é gostar e nem entende como se gosta. Nos primeiros dias ele apenas se excita com a reverberação de sua própria voz mas depois tem que lidar com a embalagem vazia do shampoo e ele cheirando demais à alivio de limpeza. E isso dói de ouvir por dois segundos mas é tão pequeno e estúpido e humaninho que encerra o amor como papel burocrático de óbito. O homem que não sabe amar pode ser fácil de ser amado mas é ainda mais fácil de deixar de ser.

Tati Bernardi.








Eu sei, eu sei, o eterno clichê “isso passa”. Passa sim e, quando passar, algo muito mais triste vai acontecer: eu não vou mais te amar. É triste saber que um dia vou ver você passar e não sentir cada milímetro do meu corpo arder e enjoar. É triste saber que um dia vou ouvir sua voz ou olhar seu rosto e o resto do mundo não vai desaparecer. O fim do amor é ainda mais triste do que o nosso fim. Meu amor está cansado, surrado, ele quer me deixar para renascer depois, lindo e puro, em outro canto, mas eu não quero outro canto, eu quero insistir no nosso canto. Eu me agarro à beiradinha do meu amor, eu imploro pra que ele fique, ainda que doa mais do que cabe em mim, eu imploro pra que pelo menos esse amor que eu sinto por você não me deixe, pelo menos ele, ainda que insuportável, não desista.

Tati Bernardi.





segunda-feira, 16 de setembro de 2013






Abraço apertado, mensagem na madrugada, quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros, quero parar de me doar e começar a receber.

Caio Fernando Abreu.





sábado, 14 de setembro de 2013


Por favor, não me analise. Não fique procurando cada ponto fraco meu. Se ninguém resiste a uma análise profunda, quanto mais eu… Ciumento, exigente, inseguro, carente. Todo cheio de marcas que a vida deixou. Vejo em cada grito de exigência. Um pedido de carência, um pedido de amor. Amor é síntese. É uma integração de dados. Não há que tirar nem pôr. Não me corte em fatias. Ninguém consegue abraçar um pedaço. Me envolva todo em seus braços. E eu serei o perfeito amor.

Mario Quintana







Eu errei o passo e tropecei nas minhas próprias pernas. O chão começou a tremer e a escuridão a me invadir. Um buraco profundo se desenvolveu na minha alma e por onde quer que eu andasse, deixava lágrimas de saudade pelo chão. Sempre fui meio cabeça oca. Nunca aceitava conselhos dos outros. O meu orgulho era maior que o mundo e o maior responsável pelos meus flagelos. Eu vivia em uma cápsula e não deixava que ninguém invadisse o meu espaço. A felicidade batia inúmeras vezes, na minha porta, mas eu não abria. Gostava de viver afogado na solidão. Quando a noite chegava, uma balbúrdia se manifestava dentro de mim e as lembranças me deterioravam. Eu nem sempre fui sozinho. Eu tinha alguém, mas deixei que ela partisse. O amor já se proliferou em meu ser, mas hoje só restaram os resquícios dele, em meu coração tomado pela tristeza. O que precisamos é de alguém que nos dê a mão e nos guie. Eu a deixei escapar e desde então a nossa música parou de tocar. A minha vida tornou-se um ”Conto de Falhas” que eu não via a hora de acabar.

Thomaz Torres








Quando fazemos uma escolha, qualquer escolha, estamos dizendo sim para um lado e dizendo não para o outro. Então, algum sofrimento sempre vai haver.

Martha Medeiros.





sexta-feira, 13 de setembro de 2013


Eu chorei porque eu te amo, mas eu não sei amar. Eu chorei porque eu sempre canso de tudo e tudo sempre cansa de mim. Chorei de cansaço profundo de sempre cansar de tudo e tudo sempre cansar de mim. Chorei de apego ao cheiro do novo e principalmente de melancolia pelo cheiro do velho. E chorei porque tudo envelhece com novos cheiros e a vida nunca volta. Eu chorei de pavor da rotina, de pavor do fim, de pavor de sair da rotina e começar outros fins.

Tati Bernardi.







Caso não floresça,
A gente suborna a primavera.
 
 Alugue Felicidade
 
 
 
 
 
 

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Te amo do tamanho da frustração de quem tenta nomear estrelas num noite quente.
Você consegue imaginar na dimensão do pedaço estrelado que cobre o céu da tua casa?
A resposta eu sei que é negativa.
Tenta, com todo clichê, achar a dimensão sentindo a paz que vem da imensidão da brisa do mar.
Tenta me achar numa onda que sempre quebra e volta ao mar e a você.
Tenta e me sente, porque eu sempre volto e fico.
 
C. A.
 
 
 
 

Construí muralhas enormes, tudo isso pra não ter a menor possibilidade de você atravessar pro lado de cá. Tô me reconstruindo, você me quebrou inteira. Cara e coração. Literalmente. 
 
Carol Alves
 
 
 
 
 
 

Você aprende a não se decepcionar, quando começa a aceitar algumas situações da vida sem dor. Quando você passa a não viver mais de expectativas. Ninguém vai ser exatamente como a gente sonha. Não espere consideração e nem que os outros façam o que você faria. 
 
Tati Bernardi
 
 
 
 
 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013





“Eu acredito que tudo acontece por um motivo. As pessoas mudam para que você possa aprender a deixá-las, as coisas dão errado para que você possa dar valor a elas quando estiverem certas, você acredita em mentiras e eventualmente aprende a confiar em ninguém exceto você mesmo e as vezes coisas boas dão errado para que coisas melhores possam dar certo.” 

Marilyn Monroe.







quarta-feira, 11 de setembro de 2013

terça-feira, 10 de setembro de 2013




“De repente, eu me cansei de tentar me adaptar a um mundo ao qual eu não pertenço. Por isso, vou ser eu mesmo, e deixar que o mundo se adapte a mim.” 

Tati Bernardi.





sábado, 7 de setembro de 2013


"Sempre fui de me doar. Ouvia, ajudava, consolava, me importava. E não foram poucas as vezes que, mesmo em segredo, eu deixava de pensar na minha vida pra ajudar os outros. Em segredo, explico, porque não acho que preciso de medalhas, prêmios ou troféus. Se eu faço, é de coração, sem esperar reconhecimento do outro. Mas, perdão, eu sou humana e sinto. O mínimo que a gente espera é gratidão. Aprendi que ela nem sempre aparece. Aprendi que às vezes as pessoas acham que o que a gente faz é pouco. Por tanto aprendizado, acabei descobrindo que é melhor eu cuidar mais da minha vida e menos da dos outros. Não quero morrer santa, quero morrer feliz. Então, a rebelião. Como assim? Onde ela está? Por que sumiu? Ai, meu Deus, como mudou. Não, eu continuo a mesma. Só que até o mesmo se transforma. E percebe que, guarde isso, ninguém vai andar ao seu lado. A gente aprende a caminhar sozinho, pode até ter o auxílio de alguma mão, um apoio, mas os passos são dados por você.No meio do caminho, entre acontecimentos, atalhos e força, você percebe que precisa abrir uma brecha para a fragilidade se instalar. E que chorar alivia a alma. Mais do que isso: abrindo a janela pra fragilidade é que você descobre o quanto de força ainda resta para seguir em frente."

Clarissa Corrêa.








"Resolvi aceitar algumas coisas da vida, sem dor. Ninguém vai ser como você sonha, não espere consideração nem que os outros façam o que você faria. Não espere que valorizem seu esforço. Não espere que lhe ofereçam a mão. Apenas viva. Aceite que é preciso deixar o orgulho de lado e dizer preciso-de-você-agora. É preciso entender que o outro é diferente e de vez em quando ele vai lhe magoar (e você precisa lidar com isso, senão vive só). Não espere compreensão. Não espere que a vida seja fácil. Nem sempre ela é. Não espere para viver, tem coisa que não volta."

Clarissa Corrêa.





quarta-feira, 4 de setembro de 2013


“Não me façam feliz. Por favor, não me saciem nem me deixem pensar que alguma coisa boa pode sair disso. Olhem para meus machucados. Olhem para este arranhão. Estão vendo esse arranhão dentro de mim? Estão vendo ele crescer bem diante dos seus olhos, me corroendo? Não quero ter a esperança de mais nada.”
— A Menina Que Roubava Livros.





domingo, 1 de setembro de 2013


Dai decidi que agora não. Ah, agora não. Tudo de novo? Não. Então peguei meu celular, assim, meio ocupada, óculos e tal e mordendo o lábio inferior um pouco ressecado e, sem dó, deletei seu número de celular. Deletei as mensagens de texto também. E deletei seu nome e as fotos e a música e tudo.
E deletei você de tudo que me informa da sua vida e do lugar mais difícil de todos: do lixo do computador. Foi quando piorei. Vi seu carro parado na rua de trás e quebrei inteiro. Vi sua casa e ateei fogo. E vi você andando na rua e te atropelei. E nada adiantou. Porque você é antes de agora. Então voltei no mundo e deletei seu começo. E deletei o mundo. E deletei a explosão cósmica.

-Tati Bernardi







Ontem, ao sair da sala no fim do filme, fiquei cuidando aqueles casais amarrados indo pra casa juntos ou saindo pra comer alguma coisa. Se você parar pra pensar, deixar o ceticismo de lado, é a coisa mais bonita quando duas pessoas resolvem viver uma para a outra. Justamente porque é o mais difícil de ser feito. Somos cínicos à respeito da condição deles, mas acho que quem está na zona de conforto somos nós.

Gabito Nunes






E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Martha Medeiros