quinta-feira, 20 de novembro de 2014


Você é meu porto, onde as lamentações não possuem espaços, tampouco permite que alguma nuvem mais carregada de tristeza se dissolva sobre nós. Você exala aquela constante certeza que juntos somos capazes de mudar o curso de um rio ou até a rotação dos planetas. Estar ao seu lado não apenas abriga a certeza que sou abençoado, mas inteiramente responsável por amar um milagre que transita entre meros mortais, que nem sempre entendem a dimensão da sua importância – pelo menos pra mim. Eu tento inúmeras vezes me adaptar com a forma que você predestina os holocaustos dentro de mim, mas sempre sou dominado pela surpresa de mais uma vez, me tornar refém de qualquer centímetro de palavra dita ou escrita por você.
É como se todos os cosmos das minhas memórias e sensações corressem de encontro ao rufar dos seus encantos, dos seus laços de menina. E me perdoe se ando a lhe ver como uma desprotegida menina; não ouso, de forma alguma, manifestar a certeza que és uma mulher, exceto quando se encontra com a minha parte mais inquietante todas as vezes que penso em sonhar. Não me prolongo em palavras, pois as deixo livres para quem sabe domá-las, de tal forma, aceito ser essa partitura rabiscada de qualquer jeito, com uma canção antiga composta somente para louvar a sua existência.
Tento me ater aos pontos reais de nós dois, mas sou tentado a dizer que se por algum descuido do destino ou por preguiça do mesmo, isso não for amor, acredito que estamos sendo vítimas de uma experiência em busca de um sentimento maior do que esse tão clichê que ainda muitos de nós desconhecemos. 
Por fim, entendo tão simplesmente que isso, sem dúvida, é amor, uma combinação tão simples e equilibrada que nos norteia a sensações que apenas explodem em nós, como fogos de artifícios que demonstram o baile dos nossos sentimentos, da burguesia audaciosa do nosso eterno e doce amor.

Carta de Rafael para Helena, Romance Névoa - (indomável)




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