terça-feira, 28 de agosto de 2012


"- Você pode me dizer o que quer que eu faça?
- Eu quero que fique comigo."







"Só que eu cansei. Quero perder o controle, quero dormir até o meio-dia, quero comer um deserto de chocolate, quero música alta sem vizinho enchendo o saco, quero me sentir só, não quero me sentir só, quero colo de amiga, quero colo de mãe, quero colo de alguém especial que saiu andando e nem deu tchau." 

— Clarissa Corrêa.






domingo, 26 de agosto de 2012


Ninguém morre de amor”, essa frase me dói tanto. Ninguém mata por amor, ninguém sofre por amor, o amor não nos faz chorar… Mas e se eu quiser? Quero morrer de amor, matar por amor, sofrer e chorar por ele, me deixem, o bom do amor é amar, as consequências ficam pra outro fim de tarde.

— “Morrer de amor é viver dele”.





Manda avisar que esse daqui tem muito mais amor pra dar.

— Los Hermanos






Depois do abraço, ninguém notava, mas sempre voltávamos trocados: 
um levando o coração do outro.






Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue “imagem e ação” e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando você está de short, camiseta e chinelo.

MÁRIO QUINTANA






quinta-feira, 23 de agosto de 2012



Ele me perguntou se eu sofria, fizemos cara de dor e mudamos de assunto.






“Não resmungou nem gemeu nem bateu com os pés. Simplesmente engoliu a decepção e optou por um riso calculado - um presente dela para si mesma.”

— A menina que roubava livros.






"Dizem que só é feliz quem sabe amar. E como eu amo, Zé! Meio torto, errado, com meu dedo podre… Mas eu amo! — Ela repetia no intuito do moço entender sua eufórica paixão. Como eu amo aquele menino, Zé! Como eu amo…"





terça-feira, 14 de agosto de 2012


“Aí eu paro e penso: com você, só com você, eu imaginei tudo assim. Todas essas coisas de romance bonito de filme, casamento, família, viagens, cachorros, canários, papagaios. Por quê? Porque eu te amo. Porque eu te quero. Porque eu nunca senti por ninguém nada perto do que sinto por você. Porque ninguém fez com que eu me sentisse assim, entregue, na corda bamba, com esse gosto de felicidade na boca.”

— Clarissa Corrêa.






“Quando ele sorri, doce, imagino meus filhos.” 
 (Tati Bernardi)




sábado, 11 de agosto de 2012


"Então vamos repetir como se fosse um mantra: Que o meu detector de babacas esteja sempre alerta, que o meu detector de babacas esteja sempre alerta, que o meu detector de babacas esteja sempre alerta, amém! Babaca que se preze sempre dá a pinta de que é babaca. Atenção!" 

Tati Bernardi







“Você pode me dizer por que as pessoas se esforçam tanto para esconder 
seu eu verdadeiro? Ou por que sempre me comporto de modo muito diferente
quando estou perto dos outros? Por que as pessoas confiam tão pouco nas
outras? Sei que deve haver um motivo, mas algumas vezes acho horrível 
não poder confiar em ninguém, nem mesmo nas pessoas mais próximas.” 

O Diário de Anne Frank.






Eu só queria era ser feliz. 
(...) completamente feliz.

Caio F. - Morangos Mofados.




sexta-feira, 10 de agosto de 2012


Precisava saber tudo, mas não perguntei nada. Eu não tenho teto para dois, mal tenho para um, mas te abrigo mesmo assim, sem perguntar, sem poder, sem saber como. A previsão sempre nos reserva chuva e eu quero poder dizer que não deixei você se molhar. Um teto pode não ser bem um lar, entretanto, nesses últimos tempos, a gente anda agradecendo mesmo é por um lugar para ficar.







"Eu estou cansado, chefe. Cansado de estar na estrada, solitário como um pardal na chuva. Cansado de nunca ter um amigo por perto, para me dizer de onde nós viemos ou para onde vamos, ou por quê. Acima de tudo, eu estou cansado de pessoas sendo maldosas umas com as outras. Eu estou cansado de toda a dor que eu sinto e ouço do mundo todo o dia. Tem muita dela. São como pedaços de vidro na minha cabeça, o tempo todo. Você pode entender?"

(John Coffey - The Green Mile - À espera de um milagre)





quarta-feira, 8 de agosto de 2012


Ando com preguiça de interpretar o mundo, de entender certas pessoas, de procurar os setes erros. Gostaria de ter todas as respostas na última página, de ter um manual de atitudes sensatas, de ter pensamentos voltado pra Meca. Queria que houvesse um serviço de telessoluções entregues em domicílio em menos de meia hora. 
Deus, ando abençoando a alienação.

- Martha Medeiros, Divã.







Eu poderia te dizer aquelas doces mentiras sinceras - “você-é-minha-vida”, “não-sei-o-que-seria-da-minha-vida-sem-você” ou todo esse tipo de porcaria que a gente diz no calor da hora. As pessoas são assim, dizem que não sabem viver sem você. Depois aprendem e esquecem de comemorar contigo. E deixam vazio o lugar que sempre será delas. Eu não, simplesmente estou aqui. De vez em quando sujo, entediado, agressivo, mal-humorado, triste, calado e chato. Mas aqui."

(Gabito Nunes)





domingo, 5 de agosto de 2012


Mas quem se importa? Sei que eu não me importo. Mais. Não me importo mais. 
Estou de saco cheio de me importar. 

Gabito Nunes.





Você me pergunta se já li “As horas” e me manda um trecho do livro. Não acho o trecho nada demais. A última vez que nos falamos faltavam dois dias para o Natal. Hoje é sexta-feira da paixão. Você sempre lembra de mim dois dias antes de datas religiosas. Sua loucura é burocrática.
Você quer me contar que sente angústia e não sabe amar. Você sempre quer me contar que sente angústia e não sabe amar como se isso fizesse de você mais misterioso e complicado e “escolhido pelo capeta” do que os outros mortais. Ninguém sabe amar, todo mundo tenta amar porque é preciso pra não se matar, todo mundo ama entre essa de não saber e tentar e não se matar. Ter um estômago enjoado é o que nos diferencia de bonobos. Buhuhu pra você. Mimimi pra você.
Lembro de quando eu não sabia dirigir carro automático mas te vi dormindo tão bonito e quis tirar o seu carro da rua perigosa e colocar na minha vaga. Eu demorei trinta minutos pra conseguir fazer isso. Eu voltei pro quarto e você me olhou com dó e disse que não conseguia ficar e foi embora. Eu também não consigo ficar. Eu também não consigo pensar que estou estacionada na vaga de uma pessoa.
Eu só quis tanto que você ficasse porque é mais fácil querer quando a pessoa já é mais um vulto de desculpas se esvaindo do que uma carne entregue e densa numa cama. Você foi embora esse dia e nunca mais voltou. A gente dançou Bluebird abraçadinho no show, a gente voltou com as janelas do carro bem abertas porque estava calor e o calor tinha cara de uma felicidade que corava e aquecia o sangue. Eu te abracei tomando cuidado pra não te sufocar quando você teve uma crise de ansiedade. Eu estava tendo uma crise de ansiedade mas a enxerguei melhor em você.
Eu amava você. E suas janelas emperradas e seus bonequinhos no banheiro e a voz mansa e doce de mal elemento e o cinismo genial me afastando de você enquanto eu queria amarrar meu cabelo no seu pé e seguir do seu lado mesmo sendo desconfortável. E de como seus olhos ficam assustadoramente psicóticos quando você bebe. Você foi embora nessa noite e nunca mais voltou.
Sua camiseta colorida eu dei pro meu porteiro. Sua meia puída eu joguei fora. Seu chinelo sujo com o nome dos noivos de um casamento em Angra eu guardei um tempo, pra lembrar que seus pés eram pequenos e gordinhos. Depois dei pro faxineiro do prédio. Nesse dia do chinelo eu chorei. Chorei muito. Era sua última coisa comigo e ela foi pro meu faxineiro e isso me pareceu tão injusto e triste e sujo de se fazer.
Você já faz um ano e cinco meses. Ficamos juntos três semanas e dois dias há um ano e cinco meses. Um milhão de pessoas de um milhão de galáxias ficaram três semanas e dois dias comigo. Mas você eu já desisti de esquecer. Pra sempre eu vou sentir um elevador de gelo seco em todos os meus andares quando você aparece de alguma maneira. Quando tem foto sua, quando tem recado seu, quando tem você atravessando a avenida.
Esse texto nem ficou bom, porque agora amo outra pessoa e então eu nem consigo te dizer nada incrivelmente bonito. Mas queria vomitar a última micrograma de sal viciante no fundo de um saquinho de salgadinhos que fazem mal mas que, na pressa, às vezes usamos como refeição.
Lembro de você, antes de atender o entregador de pizza no interfone, me dizendo que não aguentava mais fazer o personagem “homem perfeito pra mim”.
Eu nunca te preferi por causa dos seus trechos de livros, músicas, mãos dadas, dedicações corporais, gostos para poesias, diálogos inteligentes e comidas entregues em casa. Eu nunca te preferi por causa das suas histórias de aventuras ou do seu sucesso enquanto jovem talentoso e gato com carrão a apartamento no metro quadrado mais caro de São Paulo.
Eu nunca te preferi como uma menina que te prefere porque você é um personagem muito trabalhado para ser preferível. Tudo isso era só uma boa música e uma boa fotografia e uma boa direção e um bom roteiro. Mas eu amava o negativo preto e branco e de ponta-cabeça. A fagulha de ideia da sua existência. O seu nariz aristocrático e a sua boca corada mesmo quando você empalidecia no começo da noite.
Eu amava você dormindo, de barriga pra baixo, os cachos espalhados no meu nariz, o suor na nuca secando ao longo da noite, sua barriga enchendo de ar de forma errada porque você respira mal. Eu amava você chamando seu bruxismo de vampirismo e depois dizendo que eu te deixava nervoso. Eu amava o medo que você tinha de eu te amar em tão pouco tempo e do sentimento ser grande o suficiente para eu perceber, colorir e decorar suas minuciosidades desimportantes.
Amava sem você fazer nada, só respirando pesado, só lutando com seu peito angustiado, só perdido, só tentando ficar mesmo não sabendo como.

Tati Bernadi





quinta-feira, 2 de agosto de 2012



Quando os dias são só datas nos jornais, e horas e minutos são iguais, se seus amigos não te dizem nada demais, quando tudo vira um enorme tanto faz é preciso coragem prá recuperar seu instinto selvagem e não importa quantos vão se machucar, não importa quantos vão te escutar. Pode esperar que vai chegar a sua vez, nada no mundo vale o que você me fez. Eu não preciso gritar só prá você me ver, eu não quero mudar só prá te merecer. 

Capital Inicial 







Existem coisas que sempre vão doer, apertar o sapato, incomodar, latejar no peito. Não tem jeito: por mais que a gente se livre de traumas e mágoas alguns sentimentos não legais sempre vão morar dentro do coração. Não por rancor ou coisa parecida, mas porque nem tudo dá pra ser esquecido e deletado da vida num passe de mágica. A gente sente, é de carne, osso e sentimento. Nada mais óbvio do que carregar na bagagem algumas tristezas. Não somos feitos só de coisas boas, temos lados obscuros e que não sabem perdoar.

 Clarissa Corrêa.





“Engoli o meu orgulho por você. 
E mesmo assim, nada adiantou. 
Não fez diferença alguma. 
Antes eu tivesse morrido engasgado.”

— Querido John





"As relações humanas são estranhas. Quer dizer, você
passa um tempo com uma pessoa, comendo, dormindo, vivendo e amando, 
conversando com ela, indo aos lugares – e, um dia, tudo acaba."

 Charles Bukowski





Quem gosta dá certeza do que sente. Quem gosta te olha com sinceridade. 
Quem gosta não faz joguinho nem te deixa pela metade. Quem gosta quer te deixar segura.

 Clarissa Corrêa




quarta-feira, 1 de agosto de 2012


“O céu tão azul lá fora, e aquele mal-estar aqui dentro.”


[Caio F. Abreu]






"Seria mais fácil, se ele fosse um estranho, de quem ela pudesse se desligar. Eles são muito diferentes. Gênios opostos, eu diria. Mas tem algo em comum. A liberdade. O desapego. O medo da entrega. Quem sabe ficando juntos encontram uma solução. Bem que podia né? Ela sempre pensou assim: “Pra ficar do meu lado tem que ser melhor que minha própria companhia. Eu tenho que admirar.” E ele me parece um pedaço daquilo que a vida tem de mais charmoso. Ela estava ficando instigada. Que mais restava àqueles dois senão, pouco a pouco, se aproximarem, se conhecerem, se misturarem? Pois foi o que aconteceu. Ela diria que ele salvou sua vida se não soasse tão dramático. Ele não faz planos ou promessas, só surpresas, te ensinou a gostar de surpresas. Ele é diferente. De repente ela percebeu que o amor era o instante em que o coração fica a ponto de explodir."


 Tati Bernardi






Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis. Tenho em mim esse atraso de nascença. Eu fui aparelhada para gostar de passarinhos. Tenho abundância de ser feliz por isso. Meu quintal é maior do que o mundo.






"Se eu demorar, me espera, se eu te enrolar, me empurra
Se eu te entregar, aceita, se eu recusar, me surra
Se eu sussurrar, escuta, se eu balançar, segura
Se eu gaguejar, me entende, se eu duvidar, me jura
Se eu for só teu, me tenha, se eu num for, me larga
Se eu te enganar, descobre, se eu te trair, me flagra
Se eu merecer, me bate, se eu me mostrar, me veja
Se eu te zuar, me odeia, mas se eu for bom, me beija
Se tu ta bem, eu to, se tu num ta, tambem…
Não to legal, não to, pergunto o quê que tem
Tu diz que ta tranquila, mas eu sei que tu num ta
Tu ta bolada filha, vamos desembolar
Se eu te amar, me sente, se eu te tocar, se assanha
Se eu te olhar, sorria, se eu te perder, me ganha
Se eu te pedi, me da, se for brigar, pra que?
Se eu chorar, me anima,mas se eu sorri é por você"
 
 Projota, Mulher.





"Eu estava lá há um tempão, olhando para o dito cujo, assustada como um passarinho que se flagra num alçapão. Não conseguia ver um fiapo que fosse de outra coisa qualquer além dele. Problema espaçoso, metido à besta, é assim: se a gente lhe der muita confiança, ele monopoliza o tempo do nosso olhar sem nenhum constrangimento. Mas, de repente, eu cansei do cativeiro. Da tristeza. Do aperto. Da chuva no rosto. Por algum lampejo de lucidez, percebi que nada daquilo me ajudaria a solucioná-lo naquele momento, embora fosse o que eu mais quisesse. Só se o gênio da lâmpada aparecesse ali e me concedesse um pedido, mas como a lâmpada mais próxima ficava no lustre, desconfiei não poder contar com aquela alternativa. Foi aí que peguei meu violão."

— Ana Jácomo