Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas... dizer que te considero - pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida - e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero.
domingo, 31 de outubro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
Não era nada com você. Ou quase nada. Estou tão desintegrado. Atravessei o resto da noite encarando minha desintegração. Joguei sobre você tantos medos, tanta coisa travada, tanto medo de rejeição, tanta dor. Difícil explicar. Muitas coisas duras por dentro. Farpas. Uma pressa, uma urgência. Para que não me firam, minto.
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Hoje eu pensei em você.
Mas foi tão provisório e passageiro que eu decidi que não iria comentar, pensar ou até mesmo escrever sobre isso, para não ter o perigo de eternizá-lo. Afinal, esse não-pensamento só iria ganhar importância e não se deve dar tanta importância a algo provisório e passageiro, porque se fosse para ser importante seria firme e continuo e sobre isso todos tem bem certeza. Assim, pensei em você como quem pensa em nada, para ficar mais tranqüila e poder conseguir respirar. Pensei em você como quem pensa no céu ou no lápis ou uma fruta, um pensamento sem motivo, sem ânsia, sem muita habilidade, pensei quase que sem saber como pensava, e assim fiquei tranqüila. Para falar a verdade, toda vez que levanto e vejo pela janela a rua da tua casa, hoje morta, antes amiga dos meus pés, toda, toda vez que levanto e vejo: eu penso em você. Não no você-meu, mas no você-eu, que iluminava as outras manhãs em que eu levantava e estirava o braço ao lado, tocando no teu. Quando o barulho do caminhão e dos caminhoneiros eram piadas e especulações, quando os postes eram estrelas e o único coração preocupado era o de Caetano que tocava no rádio. Naquela época eu pensava em você bem mais que hoje e o pensamento, mal sabia, era provisório e passageiro. Devido a minha ignorância, eu buscava o tal pensamento em todo lugar e era engraçado: quando você busca muito uma coisa, ela acaba por vir. E veio, vinha, vem, como nessas manhãs que eu levanto e vejo a tua rua.
Pra falar a verdade mesmo, a hora do dia não importa. Toda vez que vejo pela janela, seja manhã tarde noite madrugada, eu penso em você. E tento me convencer que isso é provisório e passageiro e como tudo provisório e passageiro uma hora acaba. Porém, cada vez vou me convencendo mais,
as vezes, o provisório não passa nunca.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Da janela a noite cai no asfalto
Os carros pintam de vermelho e branco a cidade
Que ela vê do alto
E dentro do peito o coração aos saltos
Sai do banho e põe o som mais alto
Canta e dança a noite é uma criança
Serve um drink, prá antes da balada
Misturando o medo com a esperança
E se nada acontecer
A culpa é dela com certeza
Porque atrás da porta certa
É certo se esconde
A noite perfeita
Mais um drink só pra entrar no clima
Prá manter no rosto algum sorriso
Ela busca alguém que viu num sonho
Mas ela pressente que ele não existe
Quando que era prá ser divertido
Pouco a pouco ficou muito escuro
Toda luz vira um borrão no vidro
Falta muito pouco prá tocar no fundo
Mas um drink prá esquecer de tudo
Prá não ver o sol pela janela
Só queria ter alguém ao lado
Pra dizer baixinho o nome dela
E no fim nada aconteceu
E a culpa é dela com certeza
Porque atrás da porta certa
Prá sempre se esconde
A noite perfeita
Leoni
Os carros pintam de vermelho e branco a cidade
Que ela vê do alto
E dentro do peito o coração aos saltos
Sai do banho e põe o som mais alto
Canta e dança a noite é uma criança
Serve um drink, prá antes da balada
Misturando o medo com a esperança
E se nada acontecer
A culpa é dela com certeza
Porque atrás da porta certa
É certo se esconde
A noite perfeita
Mais um drink só pra entrar no clima
Prá manter no rosto algum sorriso
Ela busca alguém que viu num sonho
Mas ela pressente que ele não existe
Quando que era prá ser divertido
Pouco a pouco ficou muito escuro
Toda luz vira um borrão no vidro
Falta muito pouco prá tocar no fundo
Mas um drink prá esquecer de tudo
Prá não ver o sol pela janela
Só queria ter alguém ao lado
Pra dizer baixinho o nome dela
E no fim nada aconteceu
E a culpa é dela com certeza
Porque atrás da porta certa
Prá sempre se esconde
A noite perfeita
Leoni
"Ficar bem nem sempre deixa outras opções. É estranho quando as coisas simplesmente têm de terminar. É o estágio onde todos os sentimentos já evoluíram para um nada. É o nada que você optou para parar de sentir dor. No início você briga, chora, faz drama mexicano. Então percebe que é cansativo demais manter esse jeito de levar as coisas. Acostuma-se.. Não que pare de doer, mas que cai no seu entendimento que às vezes perdemos algo e não há solução. No fim você coloca um sorriso no rosto e finge que é sincero, até que a vida o faça realmente ser. Talvez os amores eternos sejam amenos e os intensos, passageiros. É isso."
Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei a você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos um ao outro, porque éramos tudo o que precisávamos, para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofereço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno.
C.F.A
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
'' Tenho uma parte que acredita em finais felizes. Em beijo antes dos créditos, enquanto outra acha que só se ama errado. Tenho uma metade que mente, trai, engana, outra que só conhece a verdade. Uma parte que precisa de calor, carinho, pés com pés. Outra que sobrevive sozinha. metade auto-suficiente...''
terça-feira, 26 de outubro de 2010
(...)E você se acostuma tanto a ver todo mundo guardando* o seu pra si, que começa a fazer igual.
Mas de vez em quando aparece uma ovelhinha*, sabe, uma ovelhinha que não consegue dissimular que dói, que não consegue entender* por que ela tem de ser má* igual a todo mundo. ;/
E essa aí, esse aí que seja, não tem costelas* que protejam o coração, então ele cobre com lã e cota de malha, uma defesa* externa que não permite ver o brilho do próprio peito.
E pra esses, meu amigo, o amor é um labirinto: milhares de pistas e nenhum céu. :x
Eles não conseguem ler, nem conseguem confiar, e plantam armadilhas*.
E pra amar gente assim, brother, precisa voar por sobre tudo.
Sobre tudo mesmo.
[ Caio Fernando Abreu ]
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
"Fico cansado do amor que sinto, e num enorme esforço que aos poucos se transforma numa espécie de modesta alegria, tarde da noite, sozinho neste apartamento no meio de uma cidade escassa de dragões, repito e repito este meu confuso aprendizado para a criança-eu-mesmo sentada aflita e com frio nos joelhos do sereno velho-eu-mesmo:
- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce. Não, isso também não é verdade."
Caio F.
- Dorme, só existe o sonho. Dorme, meu filho. Que seja doce. Não, isso também não é verdade."
Caio F.
domingo, 24 de outubro de 2010
Ela esta pronta
Pra mudar a sua vida pra sempre
Já imagina
Como tudo vai ser tão diferente
E aquele lugar la na frente
Vai ser seu
Mais um minuto
E tudo o que sonhou vai ser verdade
Não há no mundo
Quem não entenda a sua felicidade
Que possa dizer com certeza
Que o lugar é seu
Que é de quem nasceu pra brilhar
Uh, a hora da estrela vai chegar
Uh, agora ninguém vai duvidar
Não hoje, não mais
Nem nunca, jamais
Ela esta pronta
Pra mudar a sua vida pra sempre
Pra mudar a sua vida pra sempre
Já imagina
Como tudo vai ser tão diferente
E aquele lugar la na frente
Vai ser seu
Mais um minuto
E tudo o que sonhou vai ser verdade
Não há no mundo
Quem não entenda a sua felicidade
Que possa dizer com certeza
Que o lugar é seu
Que é de quem nasceu pra brilhar
Uh, a hora da estrela vai chegar
Uh, agora ninguém vai duvidar
Não hoje, não mais
Nem nunca, jamais
Ela esta pronta
Pra mudar a sua vida pra sempre
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
" (...) Pois a sorte conhece meu endereço e bate à minha porta. Está aqui, presente do bingo ao trevo de quatro folhas. E eu sei, eu sei que você dirá que sorte não existe, que o que existe são conquistas. Então chame de acaso, coincidência, fé, o que for. Independente do nome, aqui tem de sobra. E antes que você pergunte onde está meu bilhete premiado na Mega Sena, onde foi parar o carro que ganhei no último sorteio ou quanto dinheiro andei achando na rua, é bom avisar: Sorte pra mim é ver o carrinho de picolé chegando. É compartilhar gargalhada na segunda. Acordar com vontade de fazer bolo e ver que tenho os ingredientes. É ganhar beijo roubado. Sorte pra mim é sol no sábado. É pijama até às 3. É reunir os melhores amigos com chapeuzinho de aniversário. É saber que amanhã é sexta. E que os problemas já podem ser substituídos. Sorte é saber que eu sou forte, capaz e saudável. E saber que eu não sou um monte de coisas. Mas que posso ser. É ter pra quem ligar quando eu quero rir. E ter alguém pra chamar quando eu quero colo. É ter certezas. De que vai dar tempo. De que vai dar saudade. E de que eu sou determinada a ponto de quebrar a cara (e de não desistir com isso). É, acima de tudo, saber perceber que eu tenho sorte.
Sorte é ter um passado doce e o açucareiro nas mãos."
Sorte é ter um passado doce e o açucareiro nas mãos."
Sorte - Milena Gouvêa
"Descobri que minha obsessão por cada coisa em seu lugar, cada assunto em seu tempo, cada palavra em seu estilo, não era o prêmio merecido de uma mente em ordem, mas pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem da minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e sempre penso o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouca me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do zodíaco."
Gabriel Gárcia Marques - Memórias de minhas putas tristes (pág 74)
Gabriel Gárcia Marques - Memórias de minhas putas tristes (pág 74)
E a moça? De que lugar teria vindo? Que caminhos teria pisado? Que insuspeita das descobertas teria feito? Tu olharias a moça mas, as perguntas não acorrendo, o mistério que a envolveria seria desfeito - uma moça vestida de azul, sentada no chão de uma praça sem lago. Não poderias saber nada de mais absoluto sobre ela, a não ser ela própria. Fazendo perguntas, tu ouvirias respostas. Nas respostas ela poderia mentir, dissimular, e a realidade que estava sendo, a realidade que agora era, seria quebrada. pois, não fazendo perguntas, tu aceitarias a moça completamente. Desconhecida, ela seria mais completa que todo um inventário sobre o seu passado. Descobririas que as coisas e as pessoas só o são em totalidade quando não existem perguntas, ou quando essas perguntas não são feitas. Que a maneirar mais absoluta de aceitar alguém ou alguma coisa se ria justamente não falar, não perguntar - mas ver! Em silêncio.
Conto: Ponto de Fuga - Caio Fernando Abreu
Conto: Ponto de Fuga - Caio Fernando Abreu
terça-feira, 19 de outubro de 2010
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
É cansativo viver sem vírgulas porque eu respiro a sua existência 24 horas por dia, e só coloco vírgulas teatrais para você não enjoar de mim.
Te amar não é fácil, é quase o anti-amor. É muito quase como se você nem existisse, porque só a mulher perfeita mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana.
E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. Porque você enterrou meu sonho aprisionado pela perfeição e me libertou para vivê-lo.
E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.
Te amar não é fácil, é quase o anti-amor. É muito quase como se você nem existisse, porque só a mulher perfeita mereceria tanto sentimento. E eu te anulo o tempo todo dizendo para mim, repetindo para mim, o quanto você falha, o quanto você fraqueja, o quanto você se engana.
E fazendo isso, eu só consigo te amar mais ainda. Porque você enterrou meu sonho aprisionado pela perfeição e me libertou para vivê-lo.
E a gente vai por aí, se completando assim meio torto mesmo. E Deus escrevendo certo pelas nossas linhas que se não fossem tão tortas, não teriam se cruzado.
T.B
(...)Eu preciso disfarçar que não paro mais de rir, mas aí olho pra você e você também está sempre rindo. Se isso não for o motivo para a gente nascer, já não entendo mais nada desse mundo. E eu tento, ainda refém de algumas células rodriguianas que vez ou outra me invadem, tentar achar defeito na gente, tentar estragar tudo com alguma sujeira. Mas você me deu preguiça da velha tática de fuga, você me fez dormir um cd inteiro na rede e quando eu acordei o mundo inteiro estava azul.
Engraçado como eu não sei dizer o que eu quero fazer porque nada me parece mais divertido do que simplesmente estar fazendo. Ainda que a gente não esteja fazendo nada.
Eu, que sempre quis desfilar com a minha alegria para provar ao mundo que eu era feliz, só quero me esconder de tudo ao seu lado.
Eu limpei minhas mensagens, eu deletei meus emails, eu matei meus recados, eu estrangulei minhas esperas, eu arregacei as minhas mangas e deixei morrer quem estava embaixo delas. Eu risquei de vez as opções do meu caderninho, eu espremi a água escura do meu coração e ele se inchou de ar limpo, como uma esponja. Uma esponja rosa porque você me transformou numa menina cor-de-rosa.
Você me transformou no eufemismo de mim mesma, me fez sentir a menina com uma flor daquele poema, suavizou meu soco, amoleceu minha marcha e transformou minha dureza em dança. Você quebrou minhas pernas, me fez comprar um vestido cheio de rendas e babados, tirou as pedras da minha mão.
Você diz que me quer com todas as minhas vírgulas, eu te quero como meu ponto final."
T.B
Tem coisa que não sei explicar direito. Ou então, talvez seja esse o caso, não sei me fazer entender muito bem. É que acho que a gente não precisa pedir atenção. Sinceramente, é isso que eu acho. Atenção é grátis, cuidado idem, carinho também entra nesse pacote. A gente gosta de alguém, então cuida da pessoa, se preocupa, quer o bem, ouve, dá afeto e fica tudo numa boa. Se moram longe ou se encontram distantes temporariamente, mesma coisa. Nos poucos minutos que você conversa com a pessoa, a atenção deve ser voltada para ela. Sabe aquela história de exclusividade? Isso mesmo.
.
Não gosto quando não prestam atenção no que digo. Acho que soa descaso. Também acho que é uma espécie de descaso saber que alguma coisa vai errada e fingir que tudo está perfeitamente em ordem. Costumo falar o que sinto. É claro que quando a gente fala acaba ouvindo. Mas as pessoas precisam se colocar nos dois lados da história. Atualmente, todo mundo só olha para si mesmo. Cadê o outro? Cadê?
.
Costumo priorizar quem é importante na minha vida. Não sei se isso é erro ou acerto, sei que faço. Dou o meu lugar, faço sacrifício, faço o que não gosto. É claro que não me traio. Mas você entende o que quero dizer? Priorizo quem vale a pena. Daí, vez ou outra, a frustração bate na porta. Será que em algum momento sou mesmo prioridade? Desculpa, é que a gente sem querer espera. Somos bichos, humanos, damos amor e esperamos amor de volta. Entende? Se a pessoa que eu gosto está passando por uma situação delicada ou um momento difícil, vou ficar ao lado dela. Mesmo que o meu trabalho seja importante, mesmo que o Papa venha falar comigo. Não vou arredar o pé. Mas se por acaso eu precise mesmo, absurdamente, desesperadamente sair de perto dela, tudo bem. Vou me fazer presente de todas as formas. Não vou virar as costas, afinal de contas, o outro necessita de mim. Mas se for preciso sair de perto, vou me esforçar de todas as formas para o outro se sentir seguro.
Sempre tive uma teoria: tempo é uma coisa que a gente arruma. A gente adianta o relógio, faz qualquer coisa. Ainda mais quando isso envolve quem a gente gosta. Imagina, se você está com a pessoa, você quer que aquele momento seja ótimo, seja bom, seja gostoso. O problema é quando você usa o tempo para nada. Ao invés de estar junto, acaba ficando mais distante ainda. Não, eu não sou romântica demais. Por sinal, acho que dia a dia perco um pouco do romantismo. Só me preocupo com o bem-estar do outro, com o que vai dentro dele. Sentimento é uma coisa importante, precisa de cuidados especiais. Não dá pra jogar para o universo, a gente precisa tomar conta como se fosse um filhotinho de cachorro, delicado, pequeno, frágil. Mas talvez só eu pense dessa forma.
domingo, 17 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
''Desculpa, digo, mas se eu não tocar você agora vou perder toda a naturalidade, não conseguirei dizer mais nada, não tenho culpa, estou apenas me sentindo sem controle, não me entenda mal, não me entenda bem, é só esta vontade quase simples de estender o braço para tocar você, faz tempo demais que estamos aqui parados conversando nesta janela, já dissemos tudo que pode ser dito entre duas pessoas que estão tentando se conhecer, tenho a sensação impressão ilusão de que nos compreendemos, agora só preciso estender o braço e, com a ponta dos meus dedos, tocar você, natural que seja assim: o toque, depois da compreensão que conseguimos, e agora. ''
C.F.A
C.F.A
terça-feira, 12 de outubro de 2010
O Amor que choveu- Antonio Prata
O menino sabia que o único jeito de resolver a questão era dando o amor à menina que amava. Mas como saber o que ela achava dele? Na classe, tinha mais quinze meninos. Na escola, trezentos. No mundo, vai saber, uns dois bilhões? Como é que ia acontecer de a menina se apaixonar justo por ele, que tinha se apaixonado por ela?
O menino tentou trancar o amor numa mala, mas não tinha como: nem sentando em cima o zíper fechava. Resolveu então congelar, mas era tão quente, o amor, que fundiu o freezer, queimou a tomada, derrubou a energia do prédio, do quarteirão e logo o menino saiu andando pela cidade escura -- só ele brilhando nas ruas, deixando pegadas de Star Fix por onde pisava.
O que é que eu faço? -- perguntou ao prefeito, ao amigo, ao doutor e a um pessoalzinho que passava a vida sentado em frente ao posto de gasolina. Fala pra ela! - diziam todos, sem pensar duas vezes, mas ele não tinha coragem. E se ela não o amasse? E se não aceitasse todo o amor que ele tinha pra dar? Ele ia murchar que nem uva passa, explodir como bexiga e chorar até 31 de dezembro de 2978.
Tomou então a decisão: iria atirar seu amor ao mar. Um polvo que se agarrasse a ele - se tem oito braços para os abraços, por que não quatro corações, para as suas paixões? Ele é que não dava conta, era só um menino, com apenas duas mãos e o maior sentimento do mundo.
Foi até a beira da praia e, sem pensar duas vezes, jogou. O que o menino não sabia era que seu amor era maior do que o mar. E o amor do menino fez o oceano evaporar. Ele chorou, chorou e chorou, pela morte do mar e de seu grande amor.
Até que sentiu uma gota na ponta do nariz. Depois outra, na orelha e mais outra, no dedão do pé. Era o mar, misturado ao amor do menino, que chovia do Saara à Belém, de Meca à Jerusalém.
Choveu tanto que acabou molhando a menina que o menino amava. E assim que a água tocou sua língua, ela saiu correndo para a praia, pois já fazia meses que sentia o mesmo gosto, o gosto de um amor tão grande, mas tão grande, que já nem cabia dentro dela.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
A razão por que a despedida nos dói tanto é que nossas almas estão ligadas.Talvez sempre tenham sido e sempre serão.Talvez nós tenhamos vivido mil vidas antes desta e em cada uma delas nós nos encontramos.E talvez a cada vez tenhamos sido forçados a nos separar pelos mesmos motivos.Isso significa que este adeus é ao mesmo tempo um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio do que virá.
(Diário de uma paixão)
Nicholas Sparks
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