quarta-feira, 30 de maio de 2012


Se amor for colorido, eu digo que jamais amei. Meus olhos brilham por cores sóbrias. Azul da monotonia, amarelo do vazio maquiado, vermelho da luxúria e o verde queimado da desistência de se ter esperança. Jamais fiz com as cores um arco-íris; encobri todas com uma tempestade cinza eterna e melancólica. Se amor for limpo, cândido e divino, eu digo que jamais amei. Ainda vejo teus olhos de poeira decorando minha alma com pedaços de podridão, ainda sinto o meu corpo desmanchando-se em chagas grotescas quando eu penso que permiti que teus lábios encostassem nos meus. As lágrimas já não eram suficientes para lavar o sangue que jorrava da minha mente insana e do meu corpo vadio. Se amor for belo, a tristeza condecorou-me com máscaras de monstros. Ou quem sabe, um simples espelho. Se amor for poesia, eu digo que sempre te amei. Em cada estrofe estrangulada pelas entrelinhas, em cada rima mal estruturada ou folha amassada embaixo da cabeceira da cama. Mas se amor for silêncio, eu digo que todos os meus versos foram recitados no desespero de um olhar. Te amo sem ilusão, te amo sem fantasia. Com lágrimas, gritos, desespero, algemas, dor, rancor, ódio e falecimento. Falecimento e renúncia de mim mesmo para viver em teu corpo. Enterro de flores sangrentas e malcheirosas. Amo como amam os demônios, os maltrapilhos, os farrapos e cegos do mundo. Talvez eu não me ilumine com teu sorriso ou talvez eu prefira a tua ausência calada no canto do meu quarto. Mas quando meu corpo ceder ao teu canto e minha alma partir para os penhascos distantes, quando o meu sol mergulhar no lago podre dos sorrisos furtados, eu quero que me ame. Eu quero que me ame como passei a vida inteira a te amar. Quero que me ame com vermes e terra vermelha jogadas em cima do pedaço de madeira que terei por paraíso ou purgatório. Quero que roube todas as minhas cores, quero que rasgue o meu peito e perfure o coração desprezível que amargurou toda a minha rancorosa felicidade, mas quero que me ame. E se amor for desistir, sucumbir, apodrecer… Eu digo que te amarei pra sempre. 

 Cinzentos





A verdade é: Eu sou completamente exagerada e dramática, e vou morrer assim. Não sei ser metade, não sei amar pela metade. Eu sou inteira, e gosto de tudo que é inteiro. Verdadeiro e recíproco. Não sou formiga para gostar de migalhas.

 Jéssica Pernis.




segunda-feira, 28 de maio de 2012


...Não sei quantas vezes te deixei bem triste
Não sei se comigo foi feliz, ou não
Não sou exatamente o cara mais fácil que existe
Mas posso te dizer que para sempre
Te trarei dentro do meu coração...



sexta-feira, 25 de maio de 2012


(...) guarde sua capacidade de rir descontroladamente de tudo. Eu, às vezes, só às vezes, também consigo. Ultimamente, quase não. Porque também me acontece – como pode estar acontecendo a você que quem sabe me lê agora - de achar que tudo isso talvez não tenha a menor graça.




quinta-feira, 24 de maio de 2012


A gente demora pra aceitar, arruma novecentas desculpas para a falta de jeito do outro.
Ah, ele é confuso.
Ah, ele está tenso.
Ah, ele tem medo.
Ah, ele é maluco.
Ah, ele isso.
Ah, ele aquilo.
Desculpa, mas quem quer estar junto pensa:
Ah, que saudade.
Ah, que falta ele me faz.
Quem gosta, gosta.
Sem complicações.
Sem armações e armaduras.            

— Caio Fernando de Abreu







terça-feira, 22 de maio de 2012


Só me fala que vai me aturar. Aturar todas as minhas crises de ciúmes, meus momentos - não tão raros - sem paciência, as minhas desconfianças e meus surtos de insegurança. Aturar meus dramas, minhas teimosias, minha arrogância, minhas piadas sem graça e o meu não-romantismo. Aturar todos os meus tipos de provocação, meu amor por outras pessoas, minhas mudanças inconstantes de humor e de temperamento. Aturar minha mente confusa, minha memória irritante, minha sinceridade exagerada. Aturar quando eu falar que te amo mais e também quando eu não falar que te amo. Aturar e segurar tudo não por mim, nem por você… Mas por nós.




domingo, 20 de maio de 2012


“Ah, mas tudo bem. Com o tempo, todo mundo se acostuma. As pessoas esquecem umas das outras com tanta facilidade. Como é mesmo que minha mãe dizia? Quem não é visto, não é lembrado. Longe dos olhos, longe do coração. Pois é.” 

Caio F.





Então delete, tudo aquilo que não valeu a pena. Quem mentiu, quem enganou seu coração, quem teve inveja, quem tentou destruir você, quem usou máscaras, quem te magoou, quem te usou e nunca chegou a saber quem realmente você é!





" Enumerou: tarde demais para a alegria, tarde demais para o amor, para a saúde, para a própria vida, repetia e repetia para dentro sem dizer nada, tentando não olhar os reflexos do sol cinza nos túmulos do outro lado da avenida. "





Acho que fiz tudo do jeito melhor, meio torto, talvez, 
mas tenho tentado da maneira mais bonita que sei.





"Hoje eu acordei numa casa diferente, num quarto diferente, sem nenhuma muleta, sem nenhuma maquiagem, meus amigos estão ocupados, meus pais não podem sofrer por mim. Hoje eu acordei sem nada no estômago, sem nada no coração, sem ter para onde correr, sem colo, sem peito, sem ter onde encostar, sem ter quem culpar. Hoje eu acordei sem ter quem amar, mas aí eu olhei no espelho e vi, pela primeira vez na vida, a única pessoa que pode realmente me fazer feliz" 

Tati Bernadi





sábado, 19 de maio de 2012







Apenas seguir em frente. Primeiro,porque nenhum amor deve ser mendigado.
 Segundo, porque todo amor deve ser recíproco.

Caio Fernando






E cair de cara em mim mesma. E me quebrar e quebrar tudo de novo. Eu não faço questão que ninguém goste de mim, mas fico completamente louca quando alguém gosta. Porque descubro que cada segundo da minha vida foi pra sentir isso. E o que será dos próximos segundos? Não me tire da minha merda pra depois me lembrar que tudo é uma merda. Sem fim, sem fim.

- Tati Bernardi





quinta-feira, 17 de maio de 2012


Eu não queria voltar no assunto, mas sabe, dói muito saber que 
definitivamente você está sumindo da minha vida.

— Tati Bernardi.





E alguém te encontra. E te reecontra. Te reinventa. Te reencanta. Te recomeça.





Às vezes é melhor continuar dormindo… Continuar na cama, ficar por lá. Às vezes é mais vantajoso ficar em um lugar onde não tenha mais ninguém, onde só esteja eu e os meus pensamentos. Assim, eu evito ficar triste com algumas coisas. Às vezes é melhor não falar com ninguém, não ligar a TV, não mexer na internet, não olhar os sms’s, às vezes é bom se desconectar do mundo, ver quem vai sentir a minha falta se eu sumir. Às vezes é melhor ficar no meu mundinho, nos meus pensametos, nos diálogos que eu construo e que talvez nunca possam se concretizar, mas eu não deixo de pensar. Às vezes é só melhor ficar só, sem ninguém por perto, ficar no meu quarto, na minha cama… Pelo menos assim eu sei que nada vai me magoar.

— Nathalia V.





quarta-feira, 16 de maio de 2012


“Não sou mais tão ingênua, o cavalo branco já não faz parte do meu sonho. Muitos filhos? Pode ser apenas um. Do lugar lindo e “florido” eu não abro mão! E o felizes por toda a eternidade pode ser transformado em “felizes enquanto se amem e, acima de tudo, tenham respeito um pelo outro.” 

Clarissa Corrêa





—É ruim né?
—O que?
—Você olhar pra trás e ver que poucas pessoas ainda continuam com você.






Eu chorei porque precisava de colo.




segunda-feira, 14 de maio de 2012


Se não for pra ser bom, gostoso, romântico, carinhoso, divertido, presente, construtivo. Enfim, se não for pra ser amor, nem me dê bom dia.




domingo, 13 de maio de 2012


Eu te conheci, quis segurar a sua mão e dizer: enfrentaremos qualquer barra, seguraremos qualquer onda, estarei sempre ao seu lado, vou te amar, te desejar, ser fiel, ser tudo na sua vida e vamos olhar para os outros e dizer que, sim, vamos ser felizes para sempre.





Não é porque eu parei de falar, que eu parei de sentir. 
Talvez eu só tenha cansado de dizer tantas coisas, que amanhã, ninguém se lembrará mais.





Quando a gente gosta, a gente cuida. Cuida mais do que devia. Gostar é se prevenir do desgosto. A gente nunca sabe o que é suficiente, a gente vai se doando, se gastando, sem pedir troco. A gente gasta mais do que tem e corre atrás para imaginar o que não viveu para não fazer falta à memória mais adiante.




Deixa eu te contar uma coisa? Eu ando precisando tanto de alguém. Eu sei, eu sei, que coisa mais louca essa de precisar de alguém. Mas sim, eu preciso. Ando ultimamente tão sensível. Preciso de uma palavrinha suave. Um gesto simples, mas cheio de significados. Pode parecer bobo, mas essas coisinhas são tão importantes pra mim. Mas, sabe a gente sempre precisa de alguém, ou alguma coisa, pra colocar a gente no eixo. Porque assim, é claro que eu amo minha família, meus amigos, meus livros, minhas músicas… Mas sempre falta uma coisinha, e é horrível porque a gente sabe, que ela não depende da gente, pra acontecer. Porém deixa.Cansei de procuras inúteis, e de achar que qualquer coisa sem importância é um sinal. Deixa. Já passou. Vou dormir…





sábado, 12 de maio de 2012


Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: Calma, eu estou com você. 

Caio Fernando.





"Você procura por alguém que cuide de você quando está doente, que não reclame em trocar aquele churrasco dos amigos pelo aniversário da sua avó, que jogue “imagem e ação” e se divirta como uma criança, que sorria de felicidade quando te olha, mesmo quando está de short, camiseta e chinelo."

- Mario Quintana.





"Se é para ter saudade, que seja uma saudade correspondida."

(Caio Augusto Leite)





A gente precisa ter o coração partido algumas vezes. Isso é um bom sinal, ter o coração partido, quer dizer que a gente tentou alguma coisa. 

(Elizabeth Gilbert)




sexta-feira, 11 de maio de 2012



Aumenta o som do meu stereo
Que eu quero te levar a sério
Apaga a luz e chega perto
Pra eu te mostrar os meus segredos
Você dormiu sem me dizer as coisas boas do seu dia
E eu saí sem te contar que o que importa nessa vida
É só deixar rolar e sempre...é só deixar rolar

E no meu corpo ainda sinto o seu perfume
O resultado do nosso confronto
E se para os outros já não faz sentido
Eu continuo tentando insistindo
Você dormiu sem me dizer as coisas boas do seu dia
E eu saí sem te contar que o que importa nessa vida
É só deixar rolar e sempre...é só deixar rolar

Sei lá tudo pode parecer estranho
Sei lá tudo pode parecer a todo tempo de verdade

E tudo o que eu falei dormindo
Eu sempre quis dizer de dia
Invento artifícios para nunca te perder
Eu não vou te perder...












quinta-feira, 10 de maio de 2012


“Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo. E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer. Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio. Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você me pedindo sem graça para eu não deixar ninguém ocupar o lugar da minha canga. Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que me pedisse para guardar o lugar. Tá guardado. O da canga e de todo o resto.”






“Eu só quero isso. Alguém que chegue, me faça rir, permaneça. Que dispute comigo no final do dia, quem ama mais. Eu só quero isso, um pouquinho de amor, de carinho. Quero alguém que fique, por mais difícil que esteja. Um sol, pra me fazer de Terra, e girar em torno. Para me iluminar, por mais que a escuridão aparente não ir embora. Alguém, para rir das piadas mais estúpidas do mundo. Quero alguém, que exista apenas em mim, quero existir em alguém. Ser o mundo de alguém. Quero alguém que, no final de um diálogo, diga tchau, pelo menos umas 5 vezes, e depois de tudo, apenas, esqueça de ir embora.”

Fernando Moura.










“Engoli o meu orgulho por você. E mesmo assim, nada adiantou. 
Não fez diferença alguma. Antes eu tivesse morrido engasgado.”

Querido John




terça-feira, 8 de maio de 2012


O que tem de ser, tem muita força. Ninguém precisa se assustar com a distância, os afastamentos que acontecem. Tudo volta! E voltam mais bonitas, mais maduras, voltam quando tem de voltar, voltam quando é pra ser. Acontece que entre o ainda-não-é-hora e nossa-hora-chegou, muita gente se perde. Não vai se perder viu? 

 Caio F. Abreu





Anota num papel e cola na geladeira: Desapegue dos detalhes. Gargalhe. Não se importe. Seja egoísta. Confie em você. Não fique com medo antes que aconteça. 
E sempre… Cuidado com quem se importa de verdade!






Ou então vá fazer análise. Falo sério. Ou natação. Ou dança moderna. Ou macrobiótica radical. Qualquer coisa que te cuide da cabeça ou/ e do corpo e, ao mesmo tempo, te distraia dessa obsessão. Até que ela se resolva, no braço ou por si mesma, não importa. Só não quero te ver assim engasgado, meu amigo querido.









[...]Eu largaria minhas certezas e iria incerta e absurdamente feliz pros teus braços, 
pra ficar, pra tentar.




segunda-feira, 7 de maio de 2012


Eu não sei o que me enlouquece e essa é a maior loucura pra gente que precisa estar no controle. Essa necessidade de ser vista, de estar perto de você, de interpretar todos os seus movimentos em favor de não me deixar desistir. Quão louca eu tenho que ser pra encontrar minha sanidade? Minha razão se foi. Não me sinto mais morrendo por segundos não vividos, estou vivendo pra não te deixar morrer em mim. Apesar dos mil motivos que eu tenho pra te esquecer e seguir em frente, encontro outros pra não te deixar passar na minha vida sem uma história de verdade. Estou fixa e me arrasto. Você não se move e eu corro, em círculos, atrás de você.




Todo o amor que eu sufoquei por excesso de razão agora grita, escapa, transborda. Estou só numa multidão de amores, assim como Dylan Thomas, assim como Maysa, assim como milhões de pessoas; assim como a multidão de amores está só, em si. Demonstro minha fragilidade, meu desamparo. Eu não procuro alguém pra pentencer e ter posse, só quero uma fonte segura de amor que não dependa das obrigações, das falas decoradas, dos scripts prontos. Eu sei que eu abri mão de várias oportunidades. Sei que fiz pouco caso do amor que me entregaram de maneira pura e gratuita, só porque eu achava que podia encontrar coisa melhor. Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida.

Vou embora querendo alguém que me diga pra ficar. Estou sempre de partida, malas feitas, portas trancadas, chave em punho. No fundo eu quero dizer "Me impede de ir. Fica parado na minha frente e fala que eu tenho lugar por aqui, que não preciso abandonar tudo cada vez que a solidão me derruba. Me ajuda a levar a vida menos a sério, porque é só vida, afinal." E acabo calada, porque não faz sentido dizer tudo isso sem ter pra quem.

Eu não quero viver como se sobrevivesse a cada dia que passo sozinha. Não quero andar como se procurasse meu complemento em cada olhar vago. Eu acho que mereço mais que isso por tudo o que eu sei que posso fazer por alguém. E fico só esperando, na surpresa do dia que eu desencanar de esperar, um par de olhos que me faça ficar sem nenhuma palavra, nada além de dois olhos se enlaçando quatro. Nessa multidão de amores, sozinho é aquele que não espera.





Desculpa, eu sei que não faz sentido te escrever agora e já faz tempo desde que esse sentido sumiu. Por minha culpa. Mas é que hoje tem tanta gente aqui e ninguém me vê... Você me viu num momento desses e é do seu olhar que eu sinto falta. Do mundo parando só pra você ser meu.

Vem me buscar, me leva pra longe daqui. No caminho de lugar nenhum eu te explico sobre minha fuga e os motivos de eu decidir voltar. Eu desisto de desistir de você. Sei que eu não posso querer você só de vez em quando, nem fazer você esperar eu me apaixonar. Só fica mais um pouco. É da sua companhia que eu preciso pra respirar agora.

Não precisa dizer nada. Seu silêncio é meu refúgio e você é minha madrugada fria de outono. Seu sorriso me aquece e nada mais faz sentido sem esses segundos que parecem horas quando estou presa nos seus olhos. Você já não pode ser o que eu quero. Porque você é mais que isso. Você é tudo o que eu queria merecer.

Desculpa, eu sei que te incomodo ligando sem parar no seu celular pra dizer nada. Mas sua voz faz a corrida maluca do meu cérebro parar. Cura minhas náuseas da angústia de não saber. E você é tão educado, tão carinhoso. Finge que não atrapalho e pergunta se pode me ligar depois - Pode sim, querido, quantas vezes quiser - Só pra eu dizer "não era nada, dá pra você vir pra cá me ver?" e você, tão sem saber como lidar com dramas femininos, diz que tenta passar depois da academia.

Eu não deixo você seguir em frente, não é? Estou sempre no seu caminho fazendo você tropeçar no passado. Esse não era o papel que eu queria, pode ter certeza. Queria fazer valer seus instantes perdidos me observando numa festa cheia e tentando entender meus enigmas. Eu sou uma decepção. Parecia tão interessante, tão cheia de luz. E agora sou essa criança que só quer agarrar você e proibir de brincar com os outros amiguinhos. Só meu, não empresto.

Não desiste de mim. Por trás de tanta indecisão tem alguém que precisa de companhia mesmo fingindo que não. Tem alguém que odeia todo mundo num segundo e chora de saudades de todos no segundo seguinte. E de você principalmente. Desculpa. Eu realmente não queria ser assim pra você.



‎"Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir, fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir, nem sei o que vou fazer, fui péssimo em tudo..."

Charles Bukowsk





Amor do amor é quando não nos envergonhamos de nada. Não há medo de dizer, pensar, errar. Quando o nosso pior continua sendo o melhor para quem nos acompanha.

— Fabricio Carpinejar





Em frente ou enfrente. Você me entende?
— Caio Fernando Abreu





E ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim.. 
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena!






Nunca se tratou de entender, mandar flores toda semana e ligar a cada cinco muitos pra perguntar se tá bem… O mais importante sempre foi sentir.

— Mariana Rangel





meus defeitos
assim
como eu,
são todos seus.

— Terrorismo Poético



sábado, 5 de maio de 2012


Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal

Saiba que um dia sem você
É uma eternidade para mim
Isso não é normal

Então você me disse
Nunca vai dar certo é, eu te respondo
Tem que confiar em mim
Mais uma vez, sei que errei
Não jogue fora, algo assim tão bom
Prometo que essa é a última promessa
E se depender de mim você nunca mais vai, sofrer
Não quero te perder, mais uma vez

Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal

Saiba que um dia sem você
É uma eternidade para mim

O tempo todo, o tempo todo é tempo demais
Não é pra sempre, o pra sempre sempre se vai
Nem tudo que acaba, tem final

Lembra, você me disse nunca vai dar certo, ok
Mas pense nisso, o que é certo para mim,
Pode não ser pra você
Deixe o futuro pra depois
Não vai ser como, recomeçar do nada, pois
Nada pode mudar o que já começou
Então faça agora, tudo isso valer a pena

Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal

Saiba que um dia sem você
É uma eternidade para mim
O tempo todo, o tempo todo é tempo demais
Não é pra sempre, o pra sempre sempre se vai

Nem tudo que acaba tem final
Nem tudo que acaba tem final

Por que toda vez que você sai
Parte de mim também se vai
Isso não é normal.






Ficar triste é sempre pela primeira vez. Já fiquei triste tantas vezes, mas nunca assim. Porque o “assim” de ficar triste é sempre pela primeira vez. Já fiquei mais triste do que estou agora, mas nunca tão triste. Porque o “tão” de ficar triste, quando é tristeza mesmo, é sempre arrebatador e assustador e é pela primeira vez. É sempre com o peito virgem e assustado e infantil que ficamos tristes. É sempre com cinco anos, com fome, nus, gelados, segundos antes de morrer de falta de sentido por ter nascido.

A tristeza é uma criança de rua com uma faca apontada pra falta de amor que o mundo ofereceu pra ela. Uma meleca no nariz que nenhuma mãe limpou se transformando nos olhos de um adulto assassino. A tristeza é um pedaço de vidro numa mãozinha pequena. A tristeza é um anjo que não arrumava ninguém pra poder agir como um anjo e foi ficando bem diabólico. A tristeza é ter que comer um risoto caro, com amigos felizes, quando só se quer vomitar no banheiro de casa, sozinha. E triste.

Eu quero vomitar tudo. A água, a saliva, a língua, o seco da garganta, a amígdala, o apartamento de milhões de metros quadrados vazios que virou o meu peito. Quero vomitar minha pele, meus olhos, meu fígado, meus horários, minhas listas de vontades. Eu quero tudo fora, tudo fora. Eu quero eu fora. Eu quero ir pra fora de onde está tão devastado e de onde eu tinha pintado tudo de azul pra te ver sentado bem no centro. No centro do meu peito, você, com a luz azul da minha esperança.

A tristeza me fez um milhão de vidas essa semana. Um milhão de almoços e jantares e projetos. Eu sorrindo, implorando às distrações que me levem, que façam remendos em meu peito perfurado pela violência do ar que não assovia mais os seus sons.

A tristeza me fez cortar o cabelo e pintar de loiro. E me fez aumentar os pesos do pilates. E me fez prometer alguma sedução para alguém que jamais receberá nada de mim. Não existe nada mais triste do que essas coisas de dar a volta por cima e essas coisas de tocar o barco e essas coisas de sacudir a poeira e essas coisas medonhas que a gente fala ou pensa ou ouve. A tristeza são frases vazias e feitas e tediosas saindo de bocas vazias e feitas e tediosas.

A tristeza me fez repartir o calmante no meio. Tomar um. E tomar o outro. Porque nem calmante eu to suportando ver pela metade. Que pelo menos no limbo da minha mente triste alguma coisa possa viver inteiramente.

A tristeza é uma parede, uma geladeira, um computador, um telefone, uma televisão, uma cama, um elevador, um carro. A tristeza são as ruas, os jornaleiros, as pessoas gordas atravessando, as pessoas magras atravessando. A tristeza é o cinza, o vermelho, o azul, o transparente. A tristeza é a próxima música, a próxima seta pra direita, a próxima seta pra esquerda. A tristeza é o ar que sai e o ar que entra. A tristeza é o segundo de ar que se perde e fica mais um tempo. A tristeza é dizer que são cinco dias, são seis dias, são sete dias. A tristeza é a nossa última vez juntos fazendo quinze dias, dezesseis dias, dezessete dias. A tristeza é o amor ter acabado sem ter acabado. É não saber o que é amor e não saber o que é acabar e não saber o que é não acabar. A tristeza só sabe que é triste e todo o resto ela só tenta saber, mas fica louca e desiste. A tristeza é de uma simplicidade que a torna ainda mais triste.

A tristeza é qualquer posição sentada ou em pé ou deitada. A tristeza é deitar e levantar. Tentar ou desistir carregam a mesma tristeza das coisas que não existem. Minha pele toca no pano, na água, na tela, uma mão toca na outra. Todos os toques são tristes. Todas as posições são tristes. Amanhã será triste, ontem foi triste. Hoje é o dia mais triste do mundo.

É porque eu tenho medo de dirigir até o Morumbi no escuro? É porque eu uso pijama feio pra dormir? É porque eu sou egoísta e louca e tenho um dente torto? É porque eu ria de você e ria das suas coisas e ria das suas músicas e ria de nervoso porque eu gostava tanto de você que odiava você? É porque eu criei sete mil muros pra receber alguém mas queria esmurrar até sangrar o seu único muro como se você também não fosse humano? Ou é só porque é assim mesmo? Assim: finito, simples e triste demais.

Hoje elegi o mais triste de tudo. É o banquinho que guardava a sua bolsa de carteiro e que não guarda mais nada. Ele agora é só o que era mesmo pra ser: um banquinho. Limpo, solitário, imponente, em sua nobre função de banquinho.

Sua triste, desgraçada, branca, idiota e livre função de banquinho. 

Tati Bernadi